E quando
Num quadro branco desando
Palavras ao vento
É mente pegando fogo
Gente que fica ausente
História que por um instante
Perde o sentido
Mas se faz insistente
No meu mundo perdido
E quando a vida em sua roda-gigante
Vira as costas
Eu busco teu semblante
E me sufoco em perguntas
Da solidão na hora errada
No meu eu parado na estrada
E é quando chego a conclusão:
Comigo só existe eu
E o resto é nada
E quando eu abro outra brecha
Pra mudar de assunto
Vem saudade,
Reluta numa certa serenidade
Nesse meu peito estranho
A me negar a quase velha novidade
Saudade do que não chega
Saudade de quem foi tarde
Saudade do que me fez cega
E que hoje apenas arde
Nessa colorida dor,
Saudade.
Hoje que me vem palavras
Renegando o amor
Pra se libertar da dor
Ou apenas pelo fato frustrante
De não conciliar na estante
Coisas belas, medonhas
Enfadonhas, e bregas
Quando nada revela
O que há fora da janela
Eu faço força pra abrir
Do jeito que dá
Pra me sentir viva
Pra não deixar de existir
E quando a gente muda
A vida se renova
Que muda não seja minha voz
Imunes sejam meus pés
E no final desse desabafo confuso
Me contradigo e por assim digo
Esse medo intruso
Vai se desfazer como água
Vou atrás do decidido
Vulgo pé na tábua
E se por acaso eu te atrapalho
Fique com seus velhos retalhos
Cada mente uma sentença
E na minha, eu venho primeiro
Se quiser companhia,
Meu eu voltará companheiro
As saudades e dúvidas
Tão extremas e volúveis
Serão como agulha no palheiro
E quando a janela fechada
Me mostra uma longa estrada
Bonita e estampada
De outras saudades e duvidosas novidades
Sou assim mesmo do nada
Imprevisível como a madrugada
Mas que amanhece num belo sol
Ou mesmo manha nublada
No fim das contas
Se só assim se abre a porta
O entardecer é o que me importa.
(paloma)
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terça-feira, 18 de agosto de 2009
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