quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

lêro lêro


Caminho




Hoje eu caminho
Desejando parar,
Sentar numa calçada,
Meio-fio, beira-mar
Pra olhar em minha frente
E saber por onde ir,
Olhar no fundo de minh'alma
E passo a passo traduzir
Aquilo que não tem som,
que não tem cor,
que não tem forma,
Aquilo que não retorna.


Em perfeita simetria,
Ser humano completo
Se por fora sintonia,
Interrogação no peito;
Melancolia
O vento sopra confuso
A névoa impede a visão
Vou cruzar minhas pernas
E soltar a lanterna da mão
Me agarrar no que é sólido
pra encontrar o meu clarão
Roda-tempo, roda-viva
roda-vida, roda-peão


Sem sucesso,
Sem fracasso,
Sem final
E sem largada
Dois caminhos pela frente...


Ainda escolho a calçada.



/Paloma/

Nenhum comentário:

Postar um comentário